Argentina acompanha Brasil e volta para casa, Alemanha massacra de novo

 
Klose aproveita passe de Podolski e chuta para marcar o segundo
gol alemão  Foto: AFP

                                                                                                                                   Por Victor Lessa

O jogo mais esperado até agora nesta Copa, aconteceu neste sábado na Cidade do Cabo. Eram cinco títulos mundiais em campo, uma rivalidade que aumentou depois da última Copa com a vitória alemã nos pênaltis, porém a revanche dos argentinos não aconteceu. A Alemanha venceu por 4 a 0, com gols de Muller, Friderich e Klose (2) e aguarda o vencedor de Espanha e Paraguai que se enfrentam hoje, ás 15:30h de Brasília, no estádio Ellis Park, em Johanesburgo.

 

Com os dois gols marcados hoje, o alemão esta à apenas um de bater Ronaldo como maior artilheiro de todas as Copas. Resta a Maradona e seus pupilos arrumarem as malas e voltarem para Buenos Aires e ainda por cima de mãos dadas com o Brasil. O bom é que ninguém pode falar de ninguém.

 

Primeiro tempo equilibrado, mas Alemanha sai na frente no início

 

O jogo começou nervoso, com clima de Copa do Mundo. De um lado a garra argentina, do outro a frieza alemã. Um contraste que tinha tudo para gerar uma grande partida, e para o clima ficar ainda melhor, um gol no início do jogo seria tudo de bom. E aconteceu. Aos três minutos Schweinsteiger cobrou falta na área, Muller se antecipou a zaga argentina que dormiu no ponto e abriu o placar do jogo. Foi o gol mais rápido desta Copa, superando o de Lampard contra a Argélia.

Com esse gol a partida tinha tudo pra ganhar em emoção, sabendo que a Argentina teria que se abrir mais um pouco para buscar o empate, porém o jogo estava só no início e o contra-ataque alemão é mortal. O time alemão começa muito bem o jogo, não da espaços, e chega bem a frente, como no lance aos 7 minutos, e contra-ataque puxado pelo excelente Ozil, tocou para Khedira que bateu em cima da zaga argentina.

A Argentina ainda tentava assimilar o gol tomado no início e só foi chegar aos 13 minutos em boa jogada de Dí Maria que lançou Higuain, o jogador tentou o domínio na área, mas foi desarmado por Mertesacker. Logo após este lance, em uma arrancada de Tévez pela esquerda, o jogador perdeu a chuteira. As coisas não estavam nada boa para nossos hermanos.

O jogo estava de certo modo equilibrado, a Argentina tentava organizar seus ataques, porém esbarrava na boa marcação dos alemães, principalmente em Messi, deixando Dí Maria muito sobrecarregado na armação das jogadas.

Com o passar do tempo, o ataque argentino ia encontrando alguns espaços na zaga alemã , apesar da pouca movimentação de Higuain no comando de ataque. Aos 22 minutos Tévez toca para Messi, o jogador retribui com uma linda enfiada de bola entre os zagueiros alemães, porém Neuer se antecipa e faz a defesa. No minuto seguinte, Heinze corta mal a bola, Muller recupera em velocidade, entra na área e rola para Klose, o atacante quase na marca do pênalti chuta por cima do gol.

A essa altura do jogo a Argentina tinha apenas uma finalização, em um chute torto de Heinze, os alemães arriscaram cinco. Na platéia estavam Leonardo Di Cáprio e o ilustre vocalista dos Rolling Stones Mick Jagger. Será que ele estava torcendo para os Argentinos?

Aos 32, Dí Maria ginga na frente de Friderich e bate rasteiro Neuer defende. Dois minutos depois, o árbitro marca toque de mão de Tomas Muller, o jogador leva cartão amarelo e está fora da semi-final. No lance seguinte em bate e rebate depois de uma cobrança de falta, Tévez dominou dentro da área, tocou para Higuain empurrar para as redes, porém não valeu nada, o jogador estava impedido e o gol foi corretamente anulado. Aos 38, Podólski arriscou uma bomba de longe que passou perto do gol de Romero. No final do primeiro tempo o jogo ficou muito corrido, os argentinos atacavam e os alemães respondiam. Aos 42 minutos, Lham tocou para Muller, que bateu de bico, a bola desviou na zaga e foi para a fora.

Depois disso nada mais aconteceu e os alemães saíram com a vantagem para o segundo tempo.

 

Chocolate no segundo tempo

 

O segundo tempo começou com os argentinos indo para cima para tentar o empate. Logo aos 2 minutos, Dí Maria arriscou de fora da área, a bola pegou muito efeito e saiu com perigo a esquerda do gol de Neuer. A impressão é de que os argentinos voltaram decididos a virar o jogo, e aos 8 minutos mais uma boa chance de empate. Dí Maria, - muito bem no jogo- cruza da direita, Maxi Rodriguez ajeita no peito para Tévez, o meia bateu forte e a bola explodiu na rosto de Mertesacker. Neste momento do jogo a Alemanha tentava cadenciar a partida, já que os argentinos tentavam de todas formas as jogadas em velocidades, quase sempre puxadas por Dí Maria, já que Messi dava bons passes, porém era bem marcado e tinha dificuldades de se desmarcar.

Só aos 17, Messi arranca, da mais um lindo passe para Higuaín, o jogador bate e fraco e a bola fica tranqüila para Neuer. Parece que não era o dia do artilheiro.

Aos 19 minutos Dí Maria segue infernizando a zaga alemã e em mais uma boa jogada o argentino bateu de esquerda, fazendo com que Neuer se esforçasse para defender.

O jogo realmente havia mudado, a Argentina já aparecia na frente das finalizações, porém o golpe veio aos 22 minutos. Em boa jogada pela esquerda de Muller, o atacante rolou para Podólski, que preferiu rolar para Klose, sozinho na áera, ampliar o placar para os alemães. O gol saiu justamente quando Maradona preparava Pastore, para entrar no lugar do fraco e limitado Otamendi.

O jogo havia ficado difícil para a Argentina, mas o pior ainda estava por vir. Como é de costume, os alemães se aproveitam da instabilidade do adversário após levar um gol, e exatamente como fez contra os ingleses, repetiram hoje. Aos 28, Sshweinsteiger faz uma linda jogada, dribla três jogadores argentinos e só rola para Friderich que faz o terceiro alemão. Daí para frente, a Alemanha tinha o sobre controle, a Argentina tentava reagir, mas esbarrava em seu próprio nervosismo e tudo se caminhava para mais uma goleada alemã na Copa. O que se confirmou aos 43 minutos, e um de seus contra-ataques mortais, Podólski toucou para Ozil, que foi no fundo e cruzou para Klose, mais uma vez sozinho, marcar seu quarto gol na Copa.

Diante desta situação, Maradona não tinha muito o que fazer, esperava apenas o final da partida com a cara emburrada pela goleada, que foi construída pelos alemães com autoridade e atitude de campeão.

 

A melhor seleção até aqui

 

Nada mais justo do que reconhecer o belo futebol jogado pelos alemães nesta Copa. Joaquim Low fez uma renovação na equipe, que tinha o medo de sofrer com a ausência de seu ídolo Ballack, o que não aconteceu, muito pelo contrário, com esse time formado por Low ,o craque não teria lugar, isso claro na teoria. O futebol alemão mostra nesta Copa que deixou de ser uma seleção pragmática e passou a jogar um futebol que une toque de bola e contra-ataques envolventes. Jogadores como Ozil, revelação desta Copa, Sshweinsteiger que brilha jogando como armador e Klose que mostra ainda ter faro de gol. É com esse time que os alemães vão tentar o tetra campeonato mundial e é bom a Espanha, caso passe pelos paraguaios, tomarem muito cuidado com seu adversário.

Já a Argentina, apesar da goleada e do chocolate, fez uma boa Copa, com algumas boas partidas e perdeu para um grande candidato ao título. Poderia ter ido mais longe se tivesse uma zaga e laterais de mais qualidade técnica e também se Maradona não demorasse tanto para colocar Aguero e Milito em campo. Foi um grande jogo como o previsto, mas aguardem, o melhor ainda esta por vir.

 

Argentina 0 x 4 Alemanha

Romero, Otamendi (Pastore), Demichelis, Burdisso e Heinze; Mascherano, Maxi Rodríguez e Di Maria (Agüero); Messi, Tevez e Higuaín.

Neuer, Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng (Jansen); Khedira (Kroos), Schweinsteiger, Özil e Müller (Trochowski); Podolski e Klose.

Técnico: Diego Maradona

Técnico: Joachim Löw

Gols: Müller, aos três do primeiro tempo. Klose, aos 23, Friedrich, aos 29, Klose, aos 44 do segundo.

Cartões amarelos: Otamendi, Mascherano (Argentina) e Müller (Alemanha).

Estádio: Green Point (na Cidade do Cabo). Data: 3/7/2010. Horário: 11h. Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão). Assistentes: Rafael Ilyasov (Uzbequistão) e Bakhadyr Kochkarov (Cazaquistão). Público: 64.100.

Pesquisar no site

© 2010 Todos os direitos reservados.