Espanha volta a jogar bem e elimina Portugal

Villa comemora o gol que abriu o placar da partida  Foto: AFP
                                                                                                                                      Por Victor Lessa
 
 

Nesta terça-feira, pela primeira vez na história das Copas, o confronto Ibérico aconteceu. A Espanha venceu Portugal por 1 a0, na Cidade do Cabo, com gol de David Villa, o craque do jogo, que só não fez mais porque Eduardo estava em dia inspirado. O talento espanhol falou mais alto e com o resultado a fúria vai enfrentar os paraguaios que venceram nos pênaltis os japoneses, no próximo sábado ás 15:30m( de Brasília), no estádio Ellis Park, em Joannesburgo.

 

Primeiro tempo equilibrado

O jogo começou de forma acelerada, já no primeiro minuto de jogo, Fernando Torres recebeu uma bola na frente da área, e de esquerda bateu forte na bola, obrigando o goleiro Eduardo a fazer grande defesa. A seleção espanhola estava decidida á abrir logo o placar, aos três minutos, David Villa faz boa jogada pelo lado esquerdo, limpa o marcador e obriga o goleiro Eduardo a espalmar mais uma vez a bola pra fora. Início de jogo envolvente da seleção comandada por Vicente Del Bosque.

E só dava Espanha no jogo, aos cinco minutos, mais um erro capital de arbitragem. Torres entrou na área, aplicou o drible da vaca em Coentrão, o zagueiro português já vencido no lance, puxa claramente o atacante espanhol, impedindo-o de chegar a bola, porém o árbitro Héctor Baldassi não marca nada, prejudicando a Espanha.

Depois do sufoco que tomou no início da partida, Portugal começou a sair para o jogo, principalmente em contra ataques puxados por Raul Meirelles. Apesar de ter conseguido sair do sufoco, a equipe portuguesa não chegava com muito perigo, sentia a falta de Cristiano Ronaldo, que aparecia pouco na partida – que aliás, aparece pouco em toda a Copa- e também de Tiago que chegava pouco a frente e errava muitos passes na saída de bola, prejudicando a maior arma do time que era o contra ataque.

E aos 11 minutos a Espanha chega , novamente com Torres que recebeu de Xavi e bateu por cima do gol. Mais tarde, com 20 minutos, finalmente Portugal chega com perigo, em contra golpe rápido puxado por Meirelles, Thiago dominou na frente da área, bateu forte, Casillas não conseguiu segurar, no rebote Hugo Almeida quase marca de cabeça. Depois disso o time português ganhou confiança, equilibrou a partida e aos 27 minutos em cobrança de falta de longe de Ronaldo, Casillas toma susto com o efeito e a força da bola, espalma para frente e a zaga espanhola afasta o perigo.

A essa altura o jogo estava equilibrado, a Espanha tocava bem a bola, porém em sua maioria toques laterais, com pouca objetividade, o que aliás lembra muito o jeito do Barcelona jogar, com muito toque de bola, porém apesar de ter Xavi no meio, falta um Messi para dar aquele último toque para armar a jogada, além disso, os atacantes espanhóis jogavam muito abertos,principalmente Torres pela direita, faltando assim um homem de área para finalizar. Portugal, apesar de ter menos a bola, conseguia bons contra ataques, explorando a velocidade de Meirelles e o bom passe de Simão, superando a falta de participação de Cristiano Ronaldo.

E aos 38 minutos, Portugal tem mais uma oportunidade, agora na bola cruzado por Meirelles, que Hugo Almeida cabeceou com perigo, mas para fora. Aproveitando a falta de objetividade da Espanha, aos 42 Coentrão cruza e Tiago cabeceia novamente para a fora.

Fim do primeiro tempo e nada mudou no placar, 0 a 0.

 

Espanha domina o segundo tempo

Na volta do intervalo dava a impressão de que Portugal estava determinado a sair mais para o jogo, realmente o time tentou imprimir um ritmo mais forte na partida, marcando os espanhóis em seu campo de defesa, tanto que aos 6 minutos Hugo Almeida cruzou, bola desviou no joelho de Puyol, encobriu Casillas e por muito pouco não entrou, saindo caprichosamente do lado esquerdo do gol. E ficou só nisso, daí para frente a Espanha tomou o controle do jogo e dominou o time português. Aos 13 minutos duas substituições, um pra cada lado, na Espanha sai Torres e entra Llorente. Pelo lado português sai Hugo Almeida e entra Danny.

Apesar de ter o domínio, a primeira chegada da Fúria foi só aos 15, quando Sérgio Ramos cruzou e em seu primeiro lance no jogo, Llorente deu de peixinho, e Eduardo um dos melhores em campo, evitou mais uma vez.No minuto seguinte,esse sim, o melhor em campo,Villa arriscou de fora da área e a bola passou rente a trave portuguesa. A Espanha pressionava cada vez mais, era dona do jogo, com isso o gol não demorou muito para sair. Aos 17 minutos Xavi da um lindo passe para Villa, o atacante bateu, Eduardo defendeu, mas no rebote não teve jeito, Villa chutou e a bola antes de entrar,tocou no travessão 1 a 0 Espanha. Detalhe, Villa estava em posição de impedimento, mais um erro da arbitragem, porém este ainda é perdoável, pois o jogador espanhol estava poucos centímetros á frente.

Portugal perdendo o jogo não esboçava nenhuma reação, deixava o meio de campo espanhol trocar passes tranquilamente, Xavi brincava de distribuir o jogo, pareciaque quem estava vencendo era o time português.

Só aos 25 minutos a Espanha voltou a atacar com perigo. Sérgio Ramos driblou Coentrão na entrada da área e bateu forte de esquerda, mais uma vez Eduardo teve que se esforçar para fazer a defesa. Carlos Queiroz tenta mudar o jeito da equipe jogar, tira Pepe e coloca Pedro Mendes no jogo, porém nada muda, a Espanha segue soberana e tranqüila, apesar do resultado perigoso. Villa não dava sossego a defesa portuguesa, aos 31 o atacante arriscou mais um chute, a bola foi forte e Eduardo espalmou para a lateral. O jogo tinha dois grandes destaques, pelo lado espanhol Villa que infernizava os zagueiros com suas jogadas pelo lado esquerdo, e Eduardo pelo lado português, que fazia de tudo para evitar mais gols, além disso o jogo contava com uma grande decepção, Cristiano Ronaldo, o atacante não aparecia para o jogo.

Diante desse quadro, a Espanha tocava a bola esperando o tempo passar, Portugal continuava olhando o bonito toque de bola espanhol, sem fazer nada. Aos 42, o craque da parida Villa, sai aplaudido de campo para a entrada de Pedro.

No fim do jogo, Portugal esboçou uma reação, na marca dos 43, Danny pegou um rebote de fora da área e a bola explodiu na marcação. No minuto seguinte Ricardo Costa deu uma cotovelada e Capdevilla e foi expulso de campo.

Fim de jogo,e a fúria está classificada para as quartas de finais.

 

Enfim, a Fúria mostra seu futebol

O jogo foi bom, movimentado principalmente no início dos dois tempos. Como se esperava a Espanha começou tomando a iniciativa da partida, com os portugueses esperando os contra ataques. Mas a principal dúvida de todos, era se os espanhóis iam mostraro futebol que os credenciaram como favoritos nessa Copa. E em grande parte do jogo, a Fúria fez jus ao apelido que tem, as trocas de passes envolventes voltaram a aparecer, apesar de no primeiro tempo com pouca objetividade, tendo em vista que os atacantes jogavam muito abertos, dificultando uma finalização mais efetiva. Com a entrada do Llorente no segundo tempo, o time passou a ter uma referência na área e com isso Villa passou a render ainda mais, deixando a zaga portuguesa enlouquecida.

Do lado de Portugal, o grande destaque foi o goleiro Eduardo que fez grandes defesas durante todo o jogo, evitando um resultado mais elástico. No mais, pouco a destacar, a não ser a decepcionante partida de Cristiano Ronaldo, aliás,o português fez uma Copa muito ruim e assim como Rooney deixou muito a desejar. Vale destacar também que Deco não pode ser reserva de Simão, nem Liédson de Hugo Alemida.

A vitória espanhola foi merecida, o futebol bonito voltou a render, e se a Espanha continuar nesse ritmo com Villa jogando desse jeito, que me perdoem os paraguaios, se jogarem como jogaram hoje contra o Japão, serão mais uma vítima da mais do que nunca, Fúria espanhola.

 
O astro Cristiano Ronaldo teve atuação apagada, na partida e só
restou a ele lamentar a eliminação portuguesa  Foto: EFE
 
 
 Ficha Técnica
 
Espanha 1 x 0 PORTUGAL

Espanha

Casillas, Sergio Ramos, Puyol, Piqué e Capdevila; Busquets, Xabi Alonso (Marchena), Xavi e Iniesta; Torres (Llorente) e Villa (Pedro).

PORTUGAL

Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Coentrão; Pepe (Pedro Mendes), Tiago e Raul Meireles; Simão (Liedson), Hugo Almeida (Danny) e Cristiano Ronaldo.

Técnico: Vicente del Bosque. Técnico: Carlos Queiroz.
Gols: Villa, aos 17 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Xabi Alonso (Espanha); Tiago (Portugal).

Cartão vermelho: Ricardo Costa (Portugal).

Estádio: Green Point (Cidade do Cabo).

Data: 29/06/2010.

Árbitro: Hectos Baldassi (ARG).

Assistentes: Ricardo Casas (ARG) e Hernán Maidana (ARG).

Público: 62.955.

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