Chile fura retranca Suiça e encaminha sua classificação
Por Jesse Machado
No estádio Nelson Mandella Bay em Port Elizabeth, o Chile venceu a Suiça por 1 a 0, a partida foi realizada hoje às 11h. Com a vitória os Chilenos conseguiram sua segunda vitória na competição dando grande passo para a classificação, já os Suiços entraram para a história como a seleção que demorou mais tempo a tomar gols em copa do mundo, superando o antigo Recorde da Itália nas copas de 1986 e 1990.
Antes da Partida
Chile - O Chile conta com a volta do artilheiro das eliminatórias sul-americanas Suazo que volta de contusão, porém não terá El Mago Valdívia (pelo menos no início da partida) que também por contusão ficará no banco de reservas e será uma arma para os sul-americanos na segunda etapa.
Suiça - A surpresa Suíça será a volta de Frei, atacante que era dúvida não só para a partida como também para o mundial, quase ficou de fora por lesão no tornozelo esquerdo. A Suíça entra em campo podendo bater o Recorde da Itália, caso não sofra gols até os 22 minutos da segunda etapa entrará para a história das copas como a seleção que demorou mais tempo a sofrer gols, o Recorde italiano é de 550 minutos.
Primeiro Tempo
Desde o início a partida já era tratada com ares de decisão, Ataque x Defesa. Um Chile forte ofensivamente e uma Suiça travada do meio para trás, esperando o pelo erro do adversário, assim como na partida contra a Espanha.
Com o nervosismo estampado, logo nos primeiros minutos o atacante chileno Suazo cometeu falta feia em Grichting e recebeu amarelo. Aos 10 minutos a figura do goleiro Suíço Benaglio começava a aparecer com duas ótimas defesas, seguidas, Primeiro com Vidal e depois com Carmona que deu mais trabalho, ambos foram em chutes de fora da área.
O jogo ficou equilibrado, a Suiça já não sofria mais tanta pressão, até que aos 30 minutos o meia Suiço Behrami acertou duas cotoveladas no mesmo lance. Primeiro em Beausejour e depois em Vidal, mesmo não machucando os jogadores chilenos o árbitro percebeu a intenção e ergueu o cartão vermelho.
Com um a mais o domínio do jogo passou a ser novamente dos chilenos, que atendendo as instruções do Técnico Marcelo Bielsa, controlaram a posse de bola e começaram a assustar os Suiços com jogadas pelas laterais, típicas de equipes com vantagem numérica.
O frisson Chileno foi instantâneo, maioria absoluta no estádio a torcida chilena chegou a abafar as vuvuzelas por algúns intantes e junto com os africanos (fanáticos pelo futebol sul-americano) encurralaram a Suiça que lutava contra o relógio, afinal o empate seria um bom resultado.
Dono absoluto do jogo o Chile ainda perdeu boas oportunidades de abrir o placar na primeira etapa, desperdiçando oportunidades com Suazo e com Sánchez, que novamente criava as melhores oportunidades de sua equipe.
Segundo Tempo
O Técnico chileno percebendo a boa vantagem de sua equipe, logo aproveitou para dar mais gaz ao ataque chileno, entraram em campo Valdívia e González.
Logo aos 3 minutos, gol do Chile anulado corretamente. Sánchez chuta na entrada da grande, área a bola desvia em González em posição irregular e a bola vai para o gol.
Aos 9 minutos, boa investida de Sánchez que ganha a bola do zagueiro, arranca para a grande área, encontra o goleiro e acaba perdendo o gol, chutando em cima de Benaglio.
Com inúmeras oportunidades desperdiçadas pelo Chile, a impaciência passa a tomar conta, os Chilenos tentam o gol a qualquer custo e acabam abusando dos lançamentos profundos, visando sempre o lado direito da meta de Benaglio, que diferentemente do primeiro tempo já não é tão cobrado. O Chile peca nas finalizações isso quando o último passe é concluído.
Entra em campo Paredes, jogador de área com a obrigação de furar a forte marcação dentro da área Suiça.
Quando menos se esperava gol dos chilenos, aos 30 minutos a mesma jogada (a bola lançada pela esquerda visando o lado direito de Benaglio), Paredes recebe boa enfiada pelo alto arranca para dentro da área e encontra apenas o goleiro, o jogador chileno sem ângulo é obrigado a lançar a bola na direita do gol e encontra González de frente para o marcador cabecear e abrir o placar em Port Elizabeth, a bola ainda resvalou no travessão antes de sacudir as redes de Benaglio que desolado cai no chão. Foram 558 minutos de invencibilidade da defesa Suiça, cinco partidas, 1 tempo e mais 30 minutos sem levar gols.
A Suiça perde a paciência!
Todo o esquema defensivo Suiço foi por água a baixo, e teria que se postar ao ataque com um homem a menos, porém sabendo que o Chile poderia liquidar a partida a qualquer momento. Percebendo o desmaio psicológico do adversário os chilenos abusaram dos ataques e perderam pelo menos três oportunidades claras de fazer o gol e matar o jogo.
Aos 39 a melhor oportunidade de gol, González enfia bola na medida para Paredes, que de frente para o goleiro bota muita força no pé e chuta a bola longe do gol Suiço. Logo depois Valdívia deixa três jogadores para trás, abre na ponta esquerda e lança para González chutar fraco para defesa de Benaglio. Logo depois novamente "El Mago" Valdívia lança para Paredes que invade a área tira o marcador da jogada, mas titubeia na frente do goleiro e perde mais um gol.
O gol perdido poderia te custado caro, pois no lance seguinte contra-ataque Suiço, Bunjaku lança para Derdiyok (que entrou no segundo tempo) perder o gol na risca do pênalti, incrível!
Antes de acabar o jogo o arbitrou deu cartão amarelo para Valdívia que tentou simular um pênalti aos 47 do segundo tempo.
Análise Técnica
Um jogo muito faltoso, porém bom de ser ver, Ataque x Defesa.
A Suíça estava armada no sistema 4-5-1, isso pelo menos até a expulsão do seu meia na primeira etapa de jogo, quando se fecharam ainda mais armando um sistema que não detinha força ofensiva nenhuma. Assim como na partida contra a Espanha a Suíça entrou em campo pensando única e exclusivamente em se defender e fez bem, até que com a expulsão seu sistema defensivo passou a ficar vulnerável e aos poucos os defensores suiços cansaram, principalmente após o gol sofrido. A Suíça se defendia, quando levou o gol perdeu seu êxito de se defender já que todo o planejado caiu por terra.
Esta forte retranca Suíça sai de campo podendo se orgulhar, bateu um Recorde pertencente a Itália nas copas de 1986 e 1990, a seleção italiana passou 550 minutos sem levar gol. Hoje a Suíça chegou à marca de 558 minutos sem sofrer gols, isso porque na última copa foi eliminada pela Ucrânia na prorrogação e foi eliminada do mundial, sem sofrer nenhum gol, em quatro partidas realizadas, e se não fosse o gol de González aos 30 minutos da segunda etapa a defesa Suíça completaria 6 partidas sem levar gol.
Já a equipe treinada pelo bom técnico Marcelo Bielsa, o Chile pode se despedir do mundial na próxima partida já que as oportunidades desperdiçadas tanto neste jogo quanto no primeiro jogo podem fazer falta. O Chile enfrenta a Espanha podendo até empatar, porém se perder será quase impossível que passe para a fase seguinte, já que tem um saldo muito reduzido e teria de torcer por um tropeço de Suiça ou da própria Espanha que joga daqui a pouco contra a frágil seleção de Honduras, para se classificar.
Muito bem ofensivamente, dá gosto de ver essa jovem seleção chilena jogar, sempre atacando e de forma persistente, encontra o gol pelo âmbito de vencer, mas desperdiça muitos ataques e sente falta de um matador ou de um ataque mais eficiente, a falta de maturidade deste time é visível, está sempre pecando no último passe, e seria uma pena que o Chile não passasse de fase.
Ficha Técnica
CHILE Bravo, Medel, Carmona e Ponce; Isla, Vidal (González), Fernández (Paredes) e Jara; Sánchez, Beausejour e Suazo (Valdivia). |
SUÍÇA Benaglio, Lichtsteiner, Von Bergen, Grichting e Ziegler; Inler, Huggel, Behrami e Fernandes (Bunjaku); Nkufo (Derdiyok) e Frei (Barnetta). |
Técnico: Marcelo Bielsa. | Técnico: Ottmar Hitzfeld. |
Gol: González, aos 29 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Suazo, Carmona, Ponce, Fernández, Medel, Valdivia (Chile); Nkufo, Barnetta, Inler (Suíça). Cartão vermelho: Behrami (Suíça). |
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Estádio: Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth. Data: 21/06/2010. Árbitro: Khalil Al Ghamdi (Arábia Saudita). Auxiliares: Hassan Kamranifar (Irã) e Saleh Al Marzouqi (Emirados Árabes). |