Espanha vence Holanda e se sagra Campeã pela 1ª Vez na História das Copas
Por Victor Lessa
O momento tão esperado por todos, enfim chegou. Talvez não para os brasileiros, que ficaram para traz, mas sim, dos amantes de um futebol plástico e ofensivo, características de espanhóis e holandeses, respectivamente, os finalistas do Mundial da África do Sul. Neste domingo no estádio Soccer City, em Johannesburgo, a Espanha se tornou pela primeira vez campeã Mundial, com um gol no segundo tempo da prorrogação,1 a 0, gol marcado por Iniesta, talvez o grande destaque desta Copa.O duelo era imprevisível até o início da partida, com craques como Xavi, Iniesta, Villa, de um lado, e Robbem, Van Persie, Snidjer do outro, qualquer aposta poderia ser precitada. Talvez só quem poderia acertar o palpite, seria o famoso polvo alemão. Era a primeira final de Mundial espanhola, a terceira holandesa, que perderam as outras duas. E no confronto dos “virgens” em títulos Mundiais, a fúria espanhola levou a melhor.
Primeiro tempo nervoso de ambas as equipes
O duelo tinha tudo para começar de forma eletrizante. O time holandês jogando sempre de forma muito ofensiva, com Van Persie, Robem e Kuyt como atacantes e ainda com a chegada de Snidjer vindo de trás, um dos candidatos a craque da Copa. Os espanhóis com seu toque de bola refinado, apesar de não ter a objetividade como seu ponto principal, são capazes de evolver seus adversários. O jogo começou com o domínio da Espanha, que tentava imprimir seu jeito de jogar, sem dar espaços para o ataque holandês. A primeira chegada foi aos cinco minutos, depois de cobrança de falta de Xavi, Sérgio Ramos cabeceou, Stekelenburg fez grande defesa, Piquet pegou o rebote, mas o goleiro holandês salvou a pátria mais uma vez. Aos sete minutos a Holanda responde. Depois do erro de passe de Xavi, a bola sobrou para Kuyt, que chutou e goleiro Casillas fez a defesa. O jogo estava brigado, apesar de chegar com mais perigo, a Espanha sabia que não poderia deixar su retaguarda exposta.
Na marca dos 11 minutos, em mais uma boa jogada de Xavi, Villa pegou um cruzamento de primeira e chutou nas redes pelo lado de fora. O jogo começava a ficar nervoso, aos 14 e 16 minutos respectivamente, Van Persie e Puyol tomaram os primeiros cartões do jogo. Os jogadores apresentavam muita vontade, porém a qualidade técnica não reinava na partida. A Espanha continuava com maior posse de bola – como já é de costume – porém as chances para ambos os lados eram escassas. A forte marcação das equipes, impede o toque de bola espanhol e a velocidade dos holandeses, deixando o jogo muito preso e com muitas faltas.
As cisas estavam realmente difíceis, nem o que era ensaiado saiu. Em cobrança de falta, Robben rola para Van Bommel, este toca para Mathinsen que acaba furando feio. No lance seguinte Pedro arriscou de fora da área mas acabou chutando longe do gol holandês.
O último lance de perigo no primeiro tempo foi da Holanda. Snidjer cobrou falta, Heitinga desvou de cabeça, Puyol tentou afastar mas no rebote Robbem bateu forte e Casillas mandou para escanteio.
Fim de um primeiro tempo truncado, onde as qualidades principais das equipes não pareceram, talvez o nervosismo de uma final de Copa atrapalhava as duas equipes.
Depois de um primeiro tempo de muita marcação, a expectativa era de um segundo tempo um pouco mais aberto, já que uma prorrogação, causaria um desgaste ainda maior e uma disputa de pênaltis, digamos que não é uma coisa tão desejada por um jogador de futebol.
Segundo Tempo
No início a Holanda tentava sair u pouco mais para o jogo, até para evitar um domínio espanhol, e tentar explorar a velocidade de Robbem e a habilidade de Snidjer. Porem quem chega com perigo pela primeira vez é a Espanha. Em cruzamento na área holnadesa, Puyol desvia e Capdevilla fura, perdendo boa chance. Apesar de tetar, estava difícil para o rápido ataque holandês penetrar na áera espanhola, com isso tentava arriscar de longe, como Robbem fez aos cinco minutos porém Casillas segurou tranquilo. Aos 14 minutos, a primeira substituição na partida. Na Espanha sia Pedro e entra Navas. Aos 17, a grande chance da Holanda até aqui no jogo, Robbem recebe de Snidjer, entra na área sozinho e bate, mas Casillas com a ponta do pé coloca para fora. Após o susto tomado, a Espanha tenta pressionar novamente o time holandês. E não demorou muito para a Espanha chagar com perigo de novo. Navas cruzou da direita, Heitinga falhou e Villa sozinho na área, chutou em cima do goleiro Stekelemburg.
O jogo continuava difícil e muito brigado de ambas as partes, os vários cartões amarelos da partida demonstravam isso. A Espanha mostrava que não queria deixar o jogo ir para a prorrogação, a Holanda tentava sair, mas sempre com muito cuidado, sem arriscar, pois qualquer erro poderia ser fatal. Aos 32 minutos, Xavi cruzou, Sérgio Ramos chegou de surpresa para cabecear e a bola passou por cima do gol. O tempo ia passando e as equipes não davam sinal de que um gol sairia para encerrar a partida no tempo normal.
A Holanda continua tentando e em jogada de velocidade, Robbem ganhou da zaga espanhola na corrida, porém Casillas saiu do gol e tirou a bola do pé do atacante.
Enquanto a Espanha marcava de forma dura e leal, a holandeses demonstravam uma violência um pouco exagerada. O jogo caminhava claramente para a prorrogação, parece que desta vez o toque de bola espanhol e a velocidade do ataque holandês não seriam capaz de resolver a partida no tempo normal. E foi desse jeito que o segundo tempo terminou, 0 a 0. O que já era difícil de prever antes do jogo, ficou ainda mais com esse resultado.
Primeiro tempo da prorrogação
A Espanha começou a prorrogação indo pra cima da Holanda, tentando intimidar os laranjas e aos 5 minutos, Fábregas recebe passe, entra na área e bate forte, porém Stekelenburg salva a Holnada. No minuto seguinte a Holanda mostra que não esta morta e responde. Snidjer cobra escanteio, Casillas sai mal do gol e Heitinga cabeceia para fora.
Porém quem continua atacando mais são os espanhóis, que dominam a prorrogação. O técnico holandês arrisca e coloca Van de Vaart no lugar de De Jong, deixando o time ainda mais ofensivo.
As equipes mostravam que queriam decidir ainda na prorrogação, porém o medo de arriscar e levar um gol que oderia decidir a partida pesava naquele momento.
Diante disso a primeira etapa da prorrogação terminou da mesma forma que o tempo normal.
Tudo no zero.
Segundo tempo decisivo?
Agora restam apenas 15 minutos para que a partida não seja decidida nas penalidades. Logo na virada de campo, Del Bosque tira Villa e coloca Fernando Torres em campo. O atacante espanhol, candidato ao título de melhor jogador da Copa, não foi tão bem na partida.
E logo aos 4 minutos, Heitinga segura a camisa de Torres e é expulso da partida, momento difícil da Holanda no jogo, deixando a Espanha com mais confiança no jogo. Enfim a violência holandesa no jogo foi premiada.

Definitivamente a partida não era agradável tecnicamente, tudo parecia conspirar para um definição nas disputa de pênaltis, porém o que parecia improvável naquele momento, aconteceu, um gol. E o gol foi de Iniesta para a Espanha. O habilidoso meia recebeu passe de Fábregas, invadiu a área e bateu cruzado, sem chances de defesa para o goleiro Stekelenburg. Enfim o placar siau do zero. Agora Espanha 1 a 0.

Isso era tudo o que não podia acontecer para os holandeses, empatar a partida naquele momento era muito difícil.
E realmente não deu. Fim de jogo e a fúria espanhola se sagra pela primeira vez, campeã Mundial de futebol.
Parabéns Fúria
Chegou ao fim mais uma Copa do Mundo. No início parecia que ia ser uma Copa de pouca inspiração e muita transpiração. Mas conforme as fases foram passando, as coisas começaram a tomar seu rumo natural e a qualidade tentava vencer a vontade. Não para Itália e França, claro, vexames desta Copa. Muito menos para os ingleses, antes favoritos, com Capello no comando, acabaram deixando a Copa goleados pelos alemães. Assim como a Argentina, que apesar de mostrar um futebol melhor que as equipe citadas anteriormente, acabou saindo pela porta dos fundos, mais uma vítima da surpreendente e competente Alemanha. O que dizer do Brasil. A confiança demonstrada por Dunga em seus experientes jogadores, acabou não surtindo efeito perante a eficiência dos laranjas europeus. Mundial marcado também pela emocionante garra Uruguaia, que soube honrar seu país. E como esquecer a batalha do Ellis Park, onde Gana e Uruguai, travaram uma batalha que vai ficar para a história das Copas, onde Soarez e Gian foram de heróis a vilão em questão de segundos. Foi bonito ver o futebol apresentado pelos jovens alemães, que comandados por Low, deixaram de jogar futebol de forma pragmática e mostraram dinâmica e velocidade, admirados por todo o Mundo.
Na final chegaram Espanha e Holanda. Merecido, principalmente para os espanhóis que já são os melhores a quatro anos, jogando um futebol de toque de bola envolvente e bonito de se ver. Os holandeses contaram com sua eficiência e ofensividade, característica essa, que nunca deixou de acompanhar os laranjas da Europa, e claro, sem esquecer do talento de Sneidjer e Robben.
Resta a nós, aplaudirmos o futebol desempenhado pela Espanha nos últimos quatro anos e o título chega de forma muito merecida, logo na primeira final do país em Copas do Mundo, é mais um gigante para entrar na galeria dos grandes campeões. Com isso o futebol mostra, que apesar de tudo a qualidade técnica e o futebol plástico, de lindo toque de bola, prevaleceu sobre a violência e o vigor físico. O título da Espanha foi excelente para o futebol Mundial, com certeza, um grande exemplo a ser seguido daqui para frente, um futebol que juntou competência e beleza ao mesmo tempo. Parabéns a fúria. Parabéns a África do Sul, que apesar das dificuldades, organizou um Mundial bonito, que trouxe benefícios para todos os países.
Agora para os apaixonados por futebol e principalmente por Copa do Mundo, só nos resta esperar o Mundial, realizado aqui no nosso país, ai sim, veremos do que somos capazes de apresentar para o resto do Mundo.
Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst (Braafheid); Van Bommel, De Jong (Van der Vaart) e Sneijder; Kuyt (Elia), Van Persie e Robben. |
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Técnico: Bert van Marwijk. | Técnico: Vicente del Bosque. |
Gol: Iniesta, aos dez minutos do segundo tempo da prorrogação. | |
Cartões amarelos: Van Persie, Van Bommel, De Jong, Van Bronckhorst, Heitinga, Robben, Van der Wiel, Mathijsen (Holanda); Puyol, Sergio Ramos, Capdevila, Iniesta, Xavi (Espanha). Cartão vermelho: Heitinga (Holanda) |
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Estádio: Soccer City, em Joanesburgo (AFS). Data: 11/07/2010. Árbitro: Howard Webb (ING). Assistentes: Darren Cann (ING) e Michael Mullarkey (ING). Público: 84.490. |
Espanha Campeã da Copa do Mundo da Àfrica do Sul 2010
